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sábado, 31 de março de 2012

Peregrinações, por Samantha de Souza


Nome: Samantha de Souza
Blog: Um café pra minha gastrite, por favor.
Endereço: Paragominas - PA





Ela andava como quem anda numa corda bamba, tentando equilibrar seus sonhos para que não caíssem no meio do caminho. Os olhos perdidos no horizonte mediam a distância do destino: é hora de mudar os planos e as direções. O inverno ficará para trás, pois que venha o verão, o sol há de brilhar mais forte para além da fronteira.

Mais Literatura: Março de 2012

 Vamos falar do livro de poemas Gotas da Alma escrito por Antônio Júnior, o livro trás poesias escritas pelo blogueiro, são vários poemas pra todos os gostos. Clique no link e confira como comprar o seu.
Mas antes, confira uma palinha do poema Beija-flor, página 20 do livro.

Voa... vai distante, Beija-flor,
Seja minha voz... o meu falar,
Voa... e diz pra o meu amor,
Que nunca deixarei de lhe amar




Um texto bem interessante, e que estava guardado por mim a bastante tempo, e ainda não havia tido oportunidade de mostrá-lo aqui, é o texto  Intensidade, de Mia Sodré, confira um pedacinho


Intensidade. Não tenho mais ela, não tenho mais ritmo. Na verdade, estou perdendo toda minha sanidade. Mas eu estou bem, estou okay. Não tenho mais nada a falar. As palavras escaparam de mim como se fosse um fantasma. E não o sou? Sou um fantasma, uma sombra quase invisível do que já fui. Apenas um vento passando entre árvores, como uma brisa. Para onde foi a tempestade? Para onde foi minha intensidade? E meu gênio, onde está? Tudo não passou de uma brincadeira do cruel destino, eu sabia, eu sabia. Bem me disse minha intuição. Mas ouvi-la? Isso era demais para mim, sempre foi. E agora onde está minha intensidade?


Pandemia Avulsa, por Alam Arezi


Nome: Alam Arezi
Blog: Cabeça Voodoo
Endereço: Salto do Lontra - PR


Homens...
Interditem as estradas mal criadas e esburacadas
Interditem os hospitais lotados e mal administrados
Interditem as igrejas pelo excesso de contingente
Interditem as férias por falta de dinheiro
Interditem a fraternidade pela falta de solidariedade
Interditem os céus pela falta do azul
Interditem as artes pelo excesso de retoques grotescos
Interditem as músicas que estão se desafinando pela nostalgia
Interditem a esperança que se encontra cansada e tão usada


Homens...
Fechem suas portas para o sem teto que precisa de comida
Fechem seus corpos para o delírio da vida
Fechem seus cofres e se esqueçam da combinação
Fechem seus olhos e se deitem no chão


Homens...
Não olhem para o passado e sintam-se culpados
Não chorem ao terem certeza de que são
Não procurem mais respostas para explicar o que não tem explicação
Não acreditem apenas na sorte
Não duvidem de um juízo final esculpido por suas próprias mãos


Orem...
Sintam-se culpados pelo agora e pelo amanhã
Sintam-se acompanhados pelos deuses que inventaram
Sintam-se tão sozinhos como o corcunda de Notre Dame
Sintam-se invejados pelo próprio sorriso no espelho quebrado


Vejam...
O final vem estampado no mastro da bandeira
O final é autoconfiante e indestrutível
O final é o último suspiro, choro, tosse e aceleração
O final é a primordial aceitação


Antes de tudo,
Homens...
Caiam no vazio pessoal, evitem a implosão
Arrumem suas malas, assistam ao filme predileto e escutem a uma última canção de verão...
Depois disso...
O silêncio eterno será a maior invenção
Feita para nós, dada a nós
A pandemia avulsa de nossa criação.


Não existem maiores problemas, apenas o asfalto
Não existe mais a verdade, apenas metáforas
Não existem mais amores, são sabores dos corpos
Não existe lucidez, todos estão loucos
Não existe pandemia, é só mania de controle
Não existe paraíso, criamos o inferno
Não existe calma, sonhamos acordados
Não existe mais a compaixão, criamos espelhos
Não existe mais a solidariedade, contamos o dinheiro
Não existem mais vocações, viramos escravos
Não existe o existir, coexistimos no vazio
Não existe pátria, arrendaram nossas casas
Não existe lar, o operário usa o teto pra dormir.


Viramos a crença de um sonho utópico
Viramos carrascos de oportunidades
Viramos sujeitos sujos de modernidade
Viramos esqueletos partidos
Viramos o mundo e o perdemos.


Estamos à caça de matérias
Estamos sempre na fila de espera
Estamos sobrepujados por um sistema
Estamos longe do que deveríamos ser
Estamos procurando drogas e heróis.


Ascendemos nossos cigarros
Ascenderemos a nossos transcendentes
Acrescentaremos uma palavra de despedida
Ajuizadamente abriremos as feridas
Apressadamente tomaremos fertilizantes de bebidas
Apresentaremos uma ata em branco no dia em que deus sorrir.


Sós - Nós – Não – Desataremos - Nós.
Juntos –Nós –Não – Saberemos - Ser.


Apenas nosso final será lembrado
O nascer enterrado
E vivo
Sem memória
Existirá.

quinta-feira, 29 de março de 2012

A poesia que era pra ser no verão! por Helder Henrique





Nome: Helder Henrique do Nascimento Peres
Blog: Helder Poeta
Endereço: Arapongas -PR




Era para ser mais um concurso de poesia aleatório

Mas dessa vez a coisa ficou séria!

Não posso mais me dar o luxo de criar algo satisfatório
Tenho que dar o meu melhor nesta poesia que faz ferver minha artéria

Posso tentar o estilo romântico, do qual sou bom
“Enxergar em qualquer moça os traços de minha amada
Sentir o calor da pele dela como se fosse mais um sol de verão
Fazendo-me bater forte o coração ao chamá-la de namorada”

Posso fazer o estilo de aventura, que sempre me faz ir longe
“Tenho apenas seis balas em meu revolver e acho que será o bastante
Com um tiro que ecoa tão longe sei que está na hora de partir ao meu alvo
Corro em direção ao vento, para encontrar o inimigo á minha espera, ofegante”

Acho talvez melhor, fazer uma poesia de estilo de crítica
“Ela passa o dia inteiro sonhando acorda sem objetivo
Pensando que a vida é só festas, curtir com as amigas e viver com os pais
Mas essa menina tola, que se acha espera, um dia sofrerá do coração, sem motivo”

Já sei! Acho que farei uma poesia engraçada
“Lá vem o João indo para escola fazer prova de português
Estudou tanto, mas tanto para poder aprender sujeito e predicado
Que esqueceu que isso era matéria do ano passado, e terá que fazer a prova outra vez”

Não... Não consigo me decidir que poesia fazer
O Verão já acabou, já é outono poxa, e por que tenho que escrever isso?
Talvez este concurso seja uma furada!
E quem sabe seja melhor fazer chouriço para comer na hora do serviço

quarta-feira, 21 de março de 2012

Canção Do Outono Sombrio: Por André Luis Soares


Nome: André Luis Soares
Blog: Gritos Verticais
Endereço: Guarapari - ES



Canção Do Outono Sombrio


(André L. Soares)

Tenho pisado em folhas secas

que se amontoam aos pés das cercas,
depois esvoaçam pelo chão.

Acima, quase brilha um sol cinzento
simultaneamente ao vento,
que uiva a mais sombria das canções.
Vivo uma tristeza há mais de trezentos dias
sem ver flor ou ler poesia,
numa busca que parece ser em vão.

Em meus olhos respinga a garoa fina
que se funde às minhas lágrimas...
(nem sei se sou eu quem chora ou se é o céu).

Escondido sob o espesso sobretudo
carrego o peso do mundo em minhas costas,
seguindo só com minhas botas e o destino infiel.
No meu caminho, a primavera não é óbvia,
sinto mais frio que num inverno em Varsóvia
(sonhos congelados na nevasca da ilusão).

Aspiro o pó branco que sobe pelas narinas
ou mergulho na bebida ofertada nos bares...
(falsas amigas que me empurram para a cova).
Não mais havendo lua-nova em minhas noites
semicerro as pálpebras e me acostumo ao breu;
afinal, o pior inimigo a enfrentar ainda sou eu.

Feito um corsário sem rumo,
minha alma de pássaro ganhou o azul,
migrou pro Sul... foi embora no outono
e se me mantenho em pé é por paixão:
tenho fé, que apesar de tanta derrota,
ao abrir alguma porta, ainda haverá verão 





Alice: Por André Luis Soares


Nome: André Luis Soares
Blog: Gritos Verticais
Endereço: Guarapari - ES



(André L. Soares)

.

Alice, embebida de pureza,
há poucas horas, chegara ao planeta,
ainda estava imune à maldade,
quando as notícias velozes
rasgaram-lhe as têmporas.

Lágrimas verdes vertendo das retinas,
pontas de dor aguda a lhe fisgar o peito,
grito de clave de sol, preso à garganta,
ela então, vê a santa desnuda
sob a luz fria do cotidiano,...
momento em que o belo pintou-se de breu
(sabor amargo de inocência trincada).

Cansada, recolhe-se ao quarto,
a proteger-se dos cristais e plasmas.
Após sangrar lembranças, cerra pálpebras,
chora e soluça outra vez, sozinha.
Por fim, Alice adormeceu!
Em seus sonhos ainda existem flores,
a água e a verdade parecem cristalinas
e até o coração do homem é bom.

Acanhado, procurei algo
que a fizesse sentir-se melhor
quando acordasse;
tentei criar um ‘origami’, mas já era tarde...
eu só tinha em mãos, a realidade. 




terça-feira, 20 de março de 2012

O último adeus de Regininha: Por Eduardo Moura


Nome: Eduardo Ferreira Moura
Blog: Life on Marx
Endereço: Rio de Janeiro



O Último Adeus de Regininha

Nunca transei drogas. A Mariazinha dizia que é porque eu já sou doido careta, imagina drogado. A verdade é que nunca bateu. Fumar só me dá dor de cabeça, nenhuma viagenzinha. Por isso não fumo. Nada contra quem fuma, cheira, ingere, passa no cabelo, enfia no cu... Cada um na sua, cada um no seu.
Acontece que a Regininha fuma. Tudo bem, nada contra, como eu disse. É até mais saudável do que cheirar ou enfiar no cu. Sendo que ela usa muito pouco, uma vez por semana, se tanto. É nosso brinquedinho sexual. Ela fuma um e depois viaja na nossa transa. Mas nem sempre, porque senão eu me sinto um lixo. Sinto que ela não me curte tanto quanto curte a droga. Então é necessário transar careta às vezes, para manter o moral.
Quando ela acende os dela, sempre me pergunta:
- Não quer?
Não quero. Não adianta, continuo (continuaria) sem achar graça do que não tem graça. Mas fico meio feliz com isso. Só que tem uma coisa que eu não disse: eu amo a Regininha. Tanto que nem a chamo de Regininha. Só chamo a Regininha de Regina, porque é assim que eu chamaria a mãe dos meus filhos. Mesmo que ela se chamasse Márcia, ou Andréia, só a chamaria de Regina, porque é assim que eu chamaria a mãe dos meus filhos.
Ela não é daqui, porque gente legal nunca é daqui. Ela é de algum lugar escroto, mas que a gente acha legal porque ela é de lá. Só que ela está aqui, o que é muito bom.
- Mas eu tenho que ir lá pegar umas coisas.
Ela disse. Fiquei tenso, então. Eu amo a Regininha, acho que a Regininha me ama. Não curto ela viajando no verão para lugares que não são aqui. Mas não havia jeito, segundo ela.
- Eu volto. Eu não vim?
Grande merda. A gente foi vivendo assim, até que chegou o dia de ir embora. Preparei uma surpresa. Surpresa ilícita, porque surpresa boa é surpresa ilícita. Enrolei um baseado no capricho, generoso na quantidade e na qualidade da planta. Sei enrolar baseado porque namorei a Jussara, que fumava que nem um jamaicano às quatro e vinte. Ela me ensinou a enrolar quando a maquininha quebrou. (Jussara tinha uma porra de uma maquininha de enrolar baseado, dá para acreditar?).
Então Regininha chegou. Veio para uma transa de despedida, por mais que dissesse que não era uma despedida, era apenas um final de semana afastado e tal... Mostrei a ela o baseado imperial que eu havia preparado e os olhinhos dela brilharam:
- Hoje você vai fumar comigo?
- Não. Hoje é careta. Você também não vai fumar, para se lembrar de cada detalhe. Enrolei esse pra fumar contigo, mas só na volta.
Coloquei o baseadão em uma caixinha e a fechei. Regininha ficou louquinha. Nem havia ido e já estava ansiosa para voltar e fumar o baseado-rei comigo. Então a gente transou uma transa muito louca, louquinha como a Regininha. Melhor, inclusive, do que as transas que a gente transava drogado. Porque eu não fumo, mas tenho que admitir que fumada a Regininha transa melhor.
A gente começou na cama e rolou para o chão. E rolou para debaixo da cama. E ficamos naquele frenético sobe e desce, dando com as costas no estrado e fazendo um barulho da porra, como se estivéssemos fazendo tudo pela última vez, como se no dia seguinte ela estivesse se mudando para Auschwitz. Suando como porcos apaixonados e bufando como bezerros famintos. Mordendo que nem jacaré com fome e beijando que nem tamanduá na formiga. Altos bichos. Até a extinção. Ficamos caídos no carpete, por cima de uma poça de suor e sabe-se lá mais o que. O melhor tempero é a fome, o melhor lubrificante é o amor.
Regininha levantou, tentou andar e caiu no chão. Perninhas finas e bambas. Dormimos como estávamos, no carpete. Dissemos nosso último adeus em sonho.
Não sei quantas horas depois, acordamos para uma ducha. Roupas.
- Tchau.
Ela disse na porta. Insisti:
- Você volta?
Eu amo a Regininha.
- Claro que volto, seu bobo.
- Na volta, já sabe.
Juntei o polegar e aquele outro dedo que a gente usa bastante e os levei a boca, fazendo mímica de fumar. Ela riu, beijou meus dedos e minha boca. Fechei a porta atrás de sua silhueta perfeita. Espiei pelo olho mágico, como de costume. Ela acenava com uma mão e mandava infinitos beijos com a outra, até entrar no elevador.
Então mofamos. Eu no sofá, ele na caixinha. Maconha e amor, se não guardar na geladeira, dá mofo mesmo. 




A desonra: Por Daiane Guimaraes


Nome: Daiane Guimaraes
Blog: O Brasil do Exterior
Endereço: Buenos Aires, Argentina


A desonra

       Corrupções de todas as naturezas abastece o país, com uma aparência multifacetada e camuflada por entre comportamentos de políticos que apresentam grande fluência no quesito fazer promessas. Ótimos atuantes em seu universo de realização quanto aos interesses públicos como se a concretização de tudo o que fora prometido durante campanhas eleitorais não fugissem da realidade e das verdadeiras aspirações da parte desses fanfarrões.

Os títulos sugeridos e nomes bem literais contemplam os fatos como: ‘malas de dinheiro, fortunas em cuecas, notinhas vivas até em meias e uma onda com cara de tsunami de ganâncias e ambições que desonram cada vez mais as equipes que precisavam governar – com respeito ao verbo -  este país.
Comentar sobre o comportamento desses homens públicos que são colocados no poder, quiçá por falta de opção do eleitor, introduz bem o sistema ‘democrático’, que  embora recente,  já mostra tantos desafios que a sociedade tem ainda a superar. 
Quando nos deslocamos de nossas residências até às urnas de votações, o fazemos com a intenção de construir um Brasil melhor na educação, saúde e segurança elaborando desta forma o bem estar prometido por qualquer eloqüente. O que o povo possui como reação da outra parte, é um infortúnio torturador que homens detentores da confiança pública equilibra com escândalos inexplicáveis. 
Muitos dizem que essa tormenta é apenas uma tempestade de verão, mas seriam esses delitos e crimes políticos mais antigos do que o próprio político a ponto de ser tão intrínseco ao poder, enaltecendo a qualidade da mídia que usufrui da liberdade para transparecer e até, eu diria antagonizar o dia-a-dia de protagonistas que constantemente entram em cena? Ou, simplesmente, eles entendem somente assim, para usar “a coisa primitiva” como um discurso para maquilar o “eu não sabia”.  


terça-feira, 13 de março de 2012

Conhaque: Por Maria Teresa h. Fornaciari


Nome: Maria Teresa h. Fornaciari
Blog: Ouvindo Meus Botões
Endereço: São Paulo - SP



Conhaque

Tudo por causa do conhaque, dona Vera... Eu aqui trabalhando dando duro varrendo escovando lavando e ele lá largado no sofá que até rasgou e ficou com o recheio aparecendo, um nojo. Os meninos não aguentam os gritos, ele só sabe falar berrando mais que os carneiros do pasto que muitas vezes fogem pela cerca que ele não conserta, vai ver nem os bichos são surdos e ficam horrorizados com o jeito como ele fala comigo e somem pelo mundo e depois ele tem que procurar eles e não acha e o patrão fica uma onça e desconta cada um dos carneiros do salário dele que não dá pra nada. Não gosto mais dele não, dona Vera, a senhora acha que eu posso gostar de um traste que não me enxerga nem quando eu ponho aquele perfume caro e vencido que a senhora me deu? Eu não tenho mais marido, dona Vera, tudo por causa do conhaque, o mesmo conhaque que fez mãe ficar desesperada e me dar de papel passado quando eu tinha sete anos, só sete anos, dona Vera. Nunca mais vi minha irmãzinha gêmea, ela também foi embora um pouco antes com uma moça de cabelo vermelho e de olhão azul para tomar conta de um bebê chorão de olho azul também, foram de carro naquele dia chuvoso de verão. Se eu perdoei mãe? Acho que sim porque o conhaque bota a gente desnorteada mas não dá pra dizer que gosto dela e de pai, nunca me procuraram e nem conhecem os meninos meus, aliás eles já estão grandes e falam em sair de casa para trabalhar na cidade e eu vou ficar sem eles, dona Vera,  vou ficar sem nada. Tá certo, tenho meu emprego aqui, mas não gosto nem do dinheiro que levo pra casa e que compra mais conhaque, dona Vera.
Estou parando até de rezar, dona Vera, parece que Deus está cheio de compromissos e não tem tempo pra gente sem mãe sem pai sem irmã sem marido sem filho sem coisa nenhuma. Vou contar pra senhora um segredo daqueles que não conto pra ninguém, dona Vera: sabe do que gosto? De sair do serviço no fim do dia mesmo que seja exausta porque aqui o trabalho é pra duas, a senhora me desculpe de estar falando isso, mas eu já disse que era segredo bem guardado, então eu saio daqui e vou andando pra casa a pé sem pressa nenhuma, mas olhando o céu cheio de nuvens e pensando que num dos muitos esconderijos dele vai ter uma garrafa de conhaque me esperando pra um gole. Eu sei que não devo, D. Vera, mas só o conhaque pra me fazer companhia e fingir que não existe em casa aquela cara inchada que não me vê, mesmo com este vestidinho de verão cheio de flor e de decote que a senhora não quis mais, D. Vera!


Texto de Francisco Ferreira, Divulgado aqui em razão do concurso. Visite o blog de Maria Teresa


Chacina: Por Francisco Ferreira





Nome: Francisco Ferreira
Blog: Versos Insones
Endereço: Betim - MG




Chacina

Dois anos no exterior.
Nenhuma carta, e-mail, telefonema... Sequer uma mensagem!
Retornou.
Há 10 metros de casa o velho telefone público. Discou torcendo para que a mãe atendesse.
_ Mamãe?
_ Vitória? Meu Deus, é você? Estava morta de preocupação com você, já a acreditava morta. Mas se eu disser que sonhei com você hoje, que tinha voltado, você crê? Como você está? Tudo bem? Quando você volta?
_ Sim mamãe, ta tudo bem! E o pai e meus irmãos?
A mãe se sobressaltou. “Vitória, perguntado pelo pai e os meninos. Será que está acontecendo alguma coisa?”
_Ah, minha filha o de sempre. Chegou bêbado e já foi dormir. Os meninos também! Mas se quiser falar com eles eu os acordo.
_ Não precisa, mamãe. Boa noite!
_ Oh, filha. Depois de dois anos... Não desliga não... – mas já havia desligado.

Márcia ouviu baterem na porta. “Quem poderá ser a esta hora, meu Deus? Só podem ser os vizinhos pedindo alguma coisa emprestada. Nunca devolvem nada. Gente folgada!” – Abriu.
_Vitória? Mas eu falei com você há um minuto???
A moça apontou-lhe com a cabeça o telefone público, do outro lado da rua e estendeu-lhe a mão. A mãe não se conteve e aninhou a filha nos braços, soluçando. Coisa estranha aquele abraço, já não se lembrava do contato com a mãe. Esquecera-se das suas formas, do seu cheiro. Aliás, jamais o conhecera. Gente era algo muito estranho e imprevisível. Retribuiu, sem emoção, ao abraço.  
_ Venha Vitória. Vou acordar o seu pai e os meninos. Eles hão de querer vê-la!
_ Não precisa, mamãe. Amanhã os vejo. Minhas coisas ainda estão no meu quarto? To com sono. Vou me lavar e dormir.
_ Mas o que é isso, menina? Vou esquentar a janta, você deve estar com fome.
“A mesma conversa fiada de sempre. Com ela ou com os irmãos era sempre a mesma coisa. Para a Velha Sádica bastava que os alimentasse com a sua comida requentada e sem tempero, feita sem nenhum amor e estava tudo bem! Desde que cozinhasse a comida chorada que o Velho Ordinário colocava dentro de toca e estava tudo bem. Desde que houvesse pão para os seus, o circo é que se danasse. E que se danassem todos aqueles que desejassem dela algo mais. Isso já não bastava?
_ Estou sem fome, Não precisa. Obrigada, mamãe...
_ Está bem. Você deve mesmo estar cansada. Ouvi dizer que no exterior vocês trabalham feito burro. Igual a escravos, que não tem tempo para nada. Você ta parecendo muito mais mirrada do que quando saiu daqui, mas deve ser a vida que ta levando, né mesmo? Mas agora que você ta aqui, vai recuperar as carnes e as cores rapidinho. Já já e ta corada de novo.
“Ah! A Velha Sádica destilando seu veneno. Pobre coitada. Quanto está enganada, mas se lhe faz bem, deixarei que pense deste jeito.”
_ Pois é, mamãe, vá dormir amanhã agente se fala mais. Vai descansar... – um sorriso desdenhoso bailou no rosto de Vitória. “Vai descansar!”
Deitou-se sabendo que não iria dormir. Tão surreal aquela situação. Sentia que nunca fez parte daquilo, embora estivesse no seu quarto. O mesmo velho quarto, rodeada de suas velhas coisas, como em mais de vinte anos de sua vida. O guarda-roupa de portas amarradas e caindo para um lado; as mesmas bonecas mutiladas e de segunda-mão; a mesma cama barulhenta e fedendo a naftalina. Tudo igual! O que então não condizia, estava fora do lugar?  O que, naquele contexto, diferia e não se encaixava? Desde os cinco anos dormia sozinha naquele cômodo minúsculo e cheio de goteiras. Quente feito o inferno, no verão e, no inverno, gelado. Desde que a mãe surpreendera Rildo a observando enquanto dormia e se masturbando. “Aquele porco!” Foi a primeira vez que a Velha Sádica saiu de sua letargia e tomara o seu partido. O menino ficou andando com dificuldades durante uns três dias, resultado da tunda de cabo de vassoura. O Velho Ordinário admoestou o filho, rindo:
_ Qualquer uma. Mas sua irmã, não!
Mas surrou-a para que ela “tomasse modos de moça e não provocasse os rapazes!” Cinco anos! O que ela poderia saber?
Só poderia ser isto que não se encaixava: a ausência do medo.  Não bastante ao nojo que nutria pela família, não havia mais medo. “Que sensação maravilhosa é não sentir nenhum medo. Não se sobressaltar e tremer a cada barulho vindo do interior da toca.” Já que os barulhos do exterior jamais a preocuparam ou assustaram! “Eu poderia entrar no quarto de qualquer um deles e gritar: eu não tenho mais medo de vocês, ouviram? A nenhum de vocês. Nem ao Velho Ordinário, nem ao Porco do Rildo e nem ao Gílson, esta víbora mesquinha!” mas a hora ainda não chegara. Era muito cedo.
Era cedo para acordá-los com seu desabafo tardio e inoportuno, mas para matá-los, era precisamente o momento.
Na manhã seguinte, já longe dali, da família, apenas as manchetes do jornal. 




Texto de Francisco Ferreira, Divulgado aqui em razão do concurso. Visite o blog de Francisco Ferreira

quinta-feira, 8 de março de 2012

Cadastro no concurso de verão!




Pessoal como disse pra vocês faria um concurso no fim do verão, vejamos aqui as regras, as premiações, como será a avaliação.







Regras:

  • Seguir o blog Olinkador
  • Preencher o formulário abaixo
  • Ter o selo do blog ou do concurso em seu blog ( O selo do concurso será disponibilizado após a inscrição de cada blog.)
  • O texto não pode conter mais que 100 linhas.
  • O texto deve conter no mínimo uma vez a palavra "verão".


Premiação:




1º Lugar: Selo de primeiro lugar, entrevista, um mês de destaque no slide show da home page do blog;
2º Lugar: Selo de segundo lugar, entrevista, uma postagem exclusiva no mais literatura sobre o seu blog.
3º Lugar: Selo de terceiro lugar, postagem exclusiva no mais literatura.

Todos os blog cadastrados receberão um selo de participação no concurso.

Avaliação:


Nosso sistema de avaliação dos textos será da seguinte forma, quem mais se aproximar de 50 pontos na soma total. Caso ocorra empate, a forma de desempate será o número de apontamentos feitos por blog, o blog com mair número de direcionamento receberá um ponto para desempate, estes direcionamentos serão monitorados pelo Google Analytics.

Critério de avaliação:


  1. Votação geral: (1º Colocado: 10 Pontos; 2º colocado: 7 Pontos; 3º Colocado: 5 Pontos)
  2. Votação dos participantes do concurso: (1º Colocado 15 pontos; 2º Colocado: 10 Pontos; 3º Colocado: 5 Pontos)
  3. Votação no Facebook: (1º Colocado: 15 Pontos; 2º Colocado: 10 Pontos; 3º Colocado: 5 Pontos);
  4. Seguir o @Siteolinkador no twitter, curtir nossa página no Facebook - Total de 10 pontos;
Importante:  Todo blogueiro ao se cadastrar receberá por e-mail um selo, que direcionará tráfego de seu site diretamente para a postagem que será divulgada seu texto.

Após o encerramento do concurso, os blogueiros cadastrados receberão um e-mail contendo todos os textos, nele haverá uma enquete para escolha dos três melhores textos, o blogueiro não poderá votar em seu próprio texto.

Inscrições encerradas!!!


sábado, 3 de março de 2012

Blog Tiro Curto


O blog Tiro curto é um blog que chama bastante a atenção, traz exercício literários em verso e prosa, como mesmo disse o autor, Rodrigo Domit, que tem dois livros publicados, Colcha de Retalhos e Vem pra cá que eu te conto.

Avaliação:

  1. Layout: simples, mas bem leve, carrega rápido. Conteúdo bem organizado.
  2. Postagens: Vasto conteúdo, pois o blog existe desde 2004.
Redes Sociais:
Total de pessoas nas redes sociais

Twitter: 468 seguidores
Facebook: 32 pessoas curtiram








Blog Vida de Meme




O blog vida de meme, é um blog com várias histórias para descontrair seu dia, relaxar enquanto da aquela espiada na internet enquanto seu chefe não vem!

Avaliação:
  1. Layout: Super leve, e fácil de encontrar o que se procura.
  2. Postagens: Diariamente, sempre inéditas.


Redes sociais:
Total de seguidores na data da visita:
Facebook: 57 pessoas Curtiram
Twitter: 19 seguidores




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